terça-feira, 16 de outubro de 2012

A BELEZA SIMPLES DE MÚSICA...

"É tão bom ouvir música, 
sentir música
estudar música, 
musicar qualquer coisa
qualquer coisa que seja rítmica,
que seja obtusamente musical.

Melodiar o que quer,
cantar o que sonha,
assoviar o que ouviu,
batucar a mesa,
pra compassar alguma coisa
que alguém cantarolou

Ser musical é colorir a vida....
então cante, batuque e escute."

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

MUDANÇAS e FASES

Sim!  Eu mudei!
As pessoas mudam, não é?
Elas mudam suas opiniões, suas relações, seu caminho!
Mudam tudo. Transformam o seu olhar.
A mudança traz o real,
traz o necessário,
traz o amaduricemento,
traz a ruptura...

Estava com alguns amigos há alguns dias em uma mesa de bar filosofando sobre a "MUDANÇA". E eis a pergunta: "Toda mudança gera violência?" e logo depois, outra pergunta: "A violência é uma mudança?"....era algo assim... não soube responder.

Tem perguntas que só são respondidas muito tempo depois. Pois bem, eis que surgi  AGORA o argumento da resposta :

Sim, toda mudança é violenta. Acredito que a mudança traz uma violência DENTRO de mim. Não é física, é transformador.

Assim como uma lavra vira borboleta, assim como a água quente vira gelo, assim como a flor, murcha, assim como tudo se transforma e tudo pode ficar mais bonito ou mais feio.

Vivo mudanças violentas o tempo todo. E penso como uma criança: Que bom que o mundo gira. E penso como Caetano: Coisas sagradas permanecem*.

* Mudei o meu jeito de ver o disco de Gal, há um tempo atrás achava nada, hoje acho o tudo.
Olha só, a confirmação de que quase tudo muda o tempo todo dentro de nós.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A espinha repentina

Uma tristeza repentina apareceu no fim do mês de Julho. Uma mistura que veio de dentro que nem eu consigo descrever. Um misto de saudade com ansiedade, de decepção com clareza, arrependimento com agressividade. Me encontro mambúzia pelos cantos, sem razão, pois nem um desses sentimentos efêmeros tem  razão, simplesmente passam por mim.

Sabe quando aparece uma espinha  no rosto? Pois então, esse sentimento misturado de tudo, veio como uma espinha!- engraçado, pois não ando comendo chocolates  - Apareceu estatelada na face, sem esconder de ninguém, no meio da testa. Quem me olhará, logo reparou! Viu! Uma espinha, um vermelhidão no meio do rosto. Evitei por demais cutucar, pra não ficar marcas.

Nenhuma marca ficará, apenas a lembrança de que tudo um dia mudou. E nasce outro. Outro mês, outro sentimento, outra clareza, outra espinha talvez, talvez um cravo. Um cravo! Melhor. Me parece ser mais leve o que vem pela frente. Que venha o próximo mês, AGOSTO. Gosto de Agosto!

segunda-feira, 26 de março de 2012

O impulso

Uma coisa aqui dentro
aqui dentro alguma coisa
que se mexe, tem vida,
de vez em quando repousa

Ele grita dentro de mim
ele fala: vai! diz! chuta o balde!
mas eu não deixo.

Não posso! Não devo!
Eu temo, sou frágil,
eu centro, respiro...

O tal do impulso é assim
nem sempre tem que sair
de dentro de mim...


E não é que eu disse outro dia pra mim mesma:
"Chega de agir por impulso!"





quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Mais uma vez uma saudade



A beleza do céu, do mar, dos rostos queimados,
o jeito baiano, as calçadas estreitas, a tapioca da esquina,
os chinelos nos pés, o sol batendo no rosto avisando que já é dia,
a água de coco a qualquer hora,
o pôr-do-sol visto de dentro do ônibus no fim do dia,
isso tudo me faz querer ficar.

A Bahia é torta, suja, violenta, errada, mas é um deslumbre! É des-lum-bran-te!
Certa vez fiz uma canção pra Bahia dizendo que voltaria lá
pra matar minha saudade, mas isso não é mais possível.
A saudade dela é constante, volto pra cidade cinza com lágrimas nos olhos.
Acabou chorare e não ficou tudo lindo.
Sempre acontece isso, vou pra lá sorrindo e volto chorando,
chorando por não poder ficar.

Um dia eu vou e não volto!



quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O que vem do lado de lá?

Meu mistério nem é tão misterioso assim. O que eu sinto é transparente, dá pra ver. Quem olha no fundo dos meus olhos, percebe qual é o mistério que eu tento esconder.

O que acontece do outro lado?
O que se passa com o outro?
É silêncio, é mistério, o que é?
Não poder saber o que acontece do lado de lá,
do lado de dentro de lá
me aflige.

Não quero simpatia, não quero risos e provocações, eu quero a verdade.

É só silêncio?
É mistério?
É nada disso?
É.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Partiu

Ai, a vida não é fácil. Amores não são fáceis. Dói e você suspira alto pra que alguém te ouça.
Tomei a decisão de perder as esperanças de um romance que não tem pra onde ir. Pois é, o coração começou a doer, a reclamar, a se manifestar e eu decidi que chegou a hora de acabar. Quando se acostuma com um sentimento ali guardado num fundo de armário, na posta restante, tudo bem, agora quando ele começa a dar as caras e te fazer sofrer, o melhor é esquecer.
Começa assim: fomos dois passarinhos que se bicaram, logo de cara se gostaram, voaram num azul nordestino, cantaram um pro outro singelas melodias e se despediram. O destino decretou. Um de nós tinha que partir, isso era inevitável.
Eu fui o passarinho que partiu, meu coração também partiu.
Se morássemos perto, se eu tivesse sorte, se você estivesse sozinha, o reencontro seria lindo. Mas eu moro longe, eu não tenho sorte, e você não está mais sozinha. Nessas circunstâncias, eu demente que sou, insisti em dizer a mim mesma que alguma coisa ficou, que restou uma chama daquela loucura de verão. Não era amor, não era paixão avassaladora, mas era simplesmente uma vontade de estar perto, dividir um pouco dos meus dias, dos meus pensamentos. Fui vivendo os dias, realizando coisas, encontrando pessoas, me encantando, mas, nada demais.
Mas o tempo passa, não passa? Pois então, passa. Rápido, ligeiro.
Passado um ano, retornei ao céu nordestino. No verão. E logo quando chego à cidade, a reencontro por acaso, dentro de um ônibus, indo para o mesmo lugar. Não sei explicar qual sensação que tive ao reencontra-la, mas foi estranho, tremi na hora. Ela olhando no fundo dos meus olhos, parecia contente em me ver e eu desviando o meu olhar, parecendo descrente em vê-la. Já havia rumores de que ela estava com outra pessoa.
Passei meu verão nesse céu de meu deus, a reencontrei algumas vezes com a sua nova companhia, mas antes de partir, me pronunciei. Um certo dia eu precisei deixar exposto o que eu sentia, nem eu mesma sabia o que era, mas parecia ser um carinho especial, um xodó dentro de mim, alguma coisa assim. E enviei a seguinte mensagem, ainda não sabendo direito sobre o que eu queria dizer: "Na minha memória, tão congestionada - e no meu coração - tão cheio de marcas e poços - você ocupa um dos lugares mais bonitos.” Caio F. Abreu. E mais algumas palavras de adoração e só. Do lado de lá não se ouviu um piu.
Mas o tempo passa, não passa? Pois então, passa. E rápido. Ligeiro. Tanto que foi agora que me dei conta que há dois anos eu sustento uma coisa dentro de mim que tem um nome, cujo todos conhecem – ou já conheceram – que é a tal da esperança.
Pois então, eis que o passarinho parecia que ia vir morar pros lados de cá. A minha esperança – que já existia – cresceu, deu pulos de alegria, parecia que os anjos iam dizer amém ao nosso encontro e finalmente eu iria ser sua nova companhia.
Quando quero uma coisa que me parece ser improvável de acontecer, eu busco imagens, eu acho argumentos, eu acredito que pode dar certo – ou pelo menos acreditei - eu consigo enxergar você, você na minha vida, você na minha rede, no meu café da manhã, no meu cinema, no meu dia, na minha canção, você é a minha canção ainda.
Enquanto isso, o passarinho continuava vivendo sua vida do lado de lá, feliz, e acompanhada. E eu vivendo a minha do lado de cá, sozinha, porém esperançosa.
Passado um tempo, começamos a conversar quase todos os dias. Nos falávamos, trocávamos segredos, desejos, jogávamos conversa fora, eu gostava de falar das minhas inquietações, dos meus planos. Ela falava do seu dia, das suas vontades, dos seus estudos – e gostava muito de saber minha opinião - mas do lado de lá o que o outro sentia era mistério. Não se falava em sentimento, se falava em tudo, menos em sentimento. Não se falava dos relacionamentos, paqueras e nem mesmo frases como “eu adoro você”, “eu sinto sua falta”, “saudades demais”. Nem eu, nem ela.
Ela é de terra e eu sou de água. Ela é prática e razão por excelência, troca de par como se troca os sapatos. Eu o oposto. Eu cismo! Cismo com alguém e pronto, tô apaixonada. Não sei ser de outro jeito, bem que gostaria de ser diferente, mas não sei.
Mas o tempo passa, não passa? Pois então, passa. E ás vezes dói.
E o sentimento que eu não sabia descrever, me parece que cresceu e virou paixão doída, sabe, dessas que dói? Avisei a ela que iria chegar, com certa pretensão, achando que poderia ficar sozinha com seus botões, me esperando. Mas não, saiu de um e partiu pra outro romance. Faz poucos dias que ela está com uma outra nova companhia e eu prestes a ir ao céu nordestino novamente... Ironia do destino? Não sei se é o destino ou se a falta de sorte. E dessa vez doeu, doeu de chorar. Choveu por aqui, o dia todo!
Está mais do que na hora de se despedir desse amor que só foi aquilo e nada mais. Ele ficou durante muito tempo guardado num fundo de armário.
Mas o tempo passa, não passa? Pois então, passa. Rápido. Ligeiro. E com ele a nuvem negra também passa! Hoje será o último dia de choro baixinho. 

Quero ver o céu nordestino novamente e voar com outro passarinho, ou melhor, outros passarinhos, muitos, vários.